Wednesday, April 30, 2008

Estranhamente acho que não costumo fazer reviews de concertos a que não vou sozinho... mas é capaz de sair daqui uma excepção, apesar de muito fraquinha.

28 de Abril, Aula Magna de Lisboa, sala cheia, concerto esgotado.

Uma entrada tardia fez-me ficar mais longe do que gostava.

José González sobe ao palco, consigo traz 1 guitarra que virá a ter uma relação muito estreita com os microfones durante todo o concerto. Traz também as suas quatro mãos e uma voz que gostava de ter ouvido, só para experimentar, sem o eco com que é sintetizada.

Eu disse "Dá-lhe Zé!", ele deu-lhe, e muito. A perfeição e a sintonia da sua performance surpreenderam-me. Não esperava uma execução tão perfeita, um som tão bem afinado, uma voz tão coordenada e penetrante... Nas músicas em que ele não esteve só as duas presenças adicionais foram relativamente acessórias. Digo isto certamente com injustiça, mas digo-o porque não me queria distrair da execução perfeita do José e isso acabou por acontecer.

Apesar dos períodos de afinação da guitarra entre as músicas serem curtos chegavam bem para quem conhecesse as músicas em pormenor reconhecer as seguintes. Foi engraçado reparar nisso apesar de eu, pouco conhecedor da música do senhor, só ter conseguido antever o "Heartbeats". Foi um momento bastante agradável.

Curiosamente as músicas que mais gosto de ouvir em álbum (por exemplo a "Heartbeats") foram aquelas em que achei a sua performance menos fantástica. Foi também pena, grande pena, ele não ter cantado a sua versão do "Love Will Tear Us Apart". Fazia intenção de voltar a ouvir a Aula Magna em peso cantar esse refrão. Essa é uma imagem marcante com que fiquei do concerto dos Nouvelle Vague. Contava enriquecê-la...