Thursday, July 17, 2008

Oh Fuck it... they fucked up Last.fm bahhhh sucks so big time now :s

Me: BPM, bpm, BTS mix and fucked up in the head for now.

Sunday, July 13, 2008


Portugalmente de fim-de-semana


É verdade, há umas semanas que não escrevia por aqui. De facto foram duas semanas com o colmatar de algumas mudanças; ok, muitas mudanças. E como se merecesse muito uma recompensa este fim-de-semana veio-me entregar de bandeja um conjunto de prendas.

Quinta-feira fui assistir a um Alive bastante morno. Se é verdade que o ambiente festivaleiro não me apelava especialmente, isso já não aconteceu (tanto) com o cartaz, minimamente consistente, e com o estilo de gente que costuma vir atrás destas sonoridades.

Apanhei os vampiros já a meio do seu acto pela demora na entrada. A sonoridade das primeiras músicas que apanhei não me cativou. As músicas do álbum tocadas com pouco empenho e numa experimentação sem grande resultado. Mas não estivesse tudo isto plenamente justificado pela minha presença no excelente concerto deles na Casa da Música no Porto, eles foram capazes de me dar a volta. As músicas novas foram excelentemente tocadas, acho que até melhor do que no Porto, e à medida que o final do concerto chegava a qualidade da intrepertação ia aumentado. Fiquei com um sorriso, após muitos saltos e sintonia com os rapazes.

Sem querer ter espectativas muito vincadas, os The National eram o foco da minha atenção. Instalei-me num bom local, espantado, porque esperava que tivesse sido francamente mais difícil de conseguir para o palco principal, depois de ver os vampiros deixar a tenda (electro) a abarrotar.
Tenho que admitir que não esperava de todo o concerto que eles deram. Do primeiro segundo ao último senti-me nas nuvens. Tocado pela voz do Matt Berninger, embalado pela multiplicidade de instrumentos e variações ritmicas muito bem conseguidas. Conseguiram num estilo semelhante aos Interpol tudo o que estes últimos não conseguiram de mim o ano passado. A chave terá sido essa mesmo, a voz e a variedae ritmica e instrumental. Ficou claro para mim que a banda é muito melhor ao vivo do que em disco. Para além de me deixar nas nuvens deixou-me também um hino, o "Fake Empire" e saudade, porque ouvir os discos não vai mesmo chegar! Das poucas racionalizações que fiz sobre o concerto foi uma categorização, grosseira, eu sei. Para além de os rotular muito com os Interpol, cheguei mesmo à conclusão de que são como que uns Interpol de estúdio, instanciados pelos Radiohead ao vivo. (eu avisei sobre grosseria)
Seja como for, este foi o concerto da noite e dos concertos do ano, muito claramente!

Do resto da noite não tive mais nada a assinalar, com excepção apenas para os Hercules & Love Affair que estiveram excelentes no seu revival disco (deram-me oportunidade das danças mais inspiradas da noite :) ) e para um grupo de suecas(?) que esteve ao meu lado neste concerto. Não, não lhes chegamos a ir perguntar a idade :P (a surpresa seria sempre para baixo) Com tantas meninas (em palco e fora) não senti a falta do Anthony... mas tinha gostado de o ouvir, claro.

Já a parte electro do festival não pegou para mim. Peaches levou alguns discos bons, mas esperava ouvir coisas dela e a espectativa é sempre uma inimiga de peso! Já os outros tipos que por lá andaram não me deram nada onde pudesse pegar.

Sexta foi o dia zero para as coincidências.
Soube pela manhã que tinham cancelado uma série de projectos no emprego anterior (que por acaso eu tinha deixado há 2 semanas) por causa da crise. Não era de esperar e teria-me deixado bastante apreensivo por lá.
Sexta foi também dia de festa de praia neste novo emprego e dia de confirmar que tudo o que desejava e esperava (forma de trabalho, objectivos, tecnologia e, acima de tudo, o tipo de pessoas). Noite de copos, comes, conversas sobre trabalho, teconogia, mulheres e música. Muito inglês, juventude e novo concerto. Desta vez foi pela banda da empresa e teve direito a um hino blues à nossa maneira de trabalhar. Sim, estou cativado pelo Agile há anos já, e agora é uma realidade todos os dias!

Sábado foi outra vez dia de problemas de óleo e de motor (evitados desta vez). Carro novo, foi-me entregue depois de passar pelas mãos de outra pessoa e adivinhem?! Vinha com o óleo a roçar o zero... Conclusão a reter: engs. informáticos não sabem cuidar do óleo de carro! Resolvido o problema a ida a Óbidos teve de ser trocada por uma visita a Mafra.
Vimos a igreja do convento por dentro e assistimos ao início de uma missa, com todos os preceitos. Fiquei impressionado, recordei-me de que gosto muito de coros de igreja e de rituais.

A caminho da Ericeira paramos para ficar de boca aberta frente ao mundo do mestre oleiro José Franco. Senhor empreendedor de grande imaginação. Muitíssimo português nos seus feitos. Tem uma vila, que eu havia visitado em criança, com pequenas casas, cheias de artefactos, tanto resultantes da olaria como presentes na vida do antigamente. Desde ferros de engonar até máquinas de coser, passando por volumes de enciclopédia, armas e muitas chaves, tudo tinha lugar em cada um dos espaços fantásticos por ele criados. Cada espaço retratava uma actividade como era feita na época. Este é claramente um espaço subaproveitado comercialmente, o que deixa lugar para o desfrutar ainda melhor. Comer um bom pão com chouriço numa adega decorada pelo senhor, de tecto cheio de artefactos (como acontece na maioria dos seus espaços), sem faltar um par de máquinas de sulfatar (sim, porque a vinha não se deixa ficar bonita e protegida de predadores só por si). Este espço entre Mafra e a Ericeira é o Parque Guëll da Portugalidade.

O regresso foi feito pela Ericeira, seguindo a linha da costa, cheio de paragens nas excelentes praias que cruzavam caminho conosco. Jantar na Tasca Velha para manter o nível de Portugalidade.

Domingo, dia da segunda tentativa de visitar Óbidos, desta vez sucedida, mas sem saber que nos esperava uma feira medieval.


Já dentro de portas da vila bebemos a ginginha num bar de nome estranho (Ibn Errik Rex - D. Afonso Henriques em mouro), porque é onde sabe melhor, e com um interior digno de estar replicado num edifício do universo José Franco. Principal característica comum: os tectos pejados de objectos, maioritariamente metálicos, e bélicos de preferência.

Tarde passada entre personagens, tendas, números e muitas, muitas vendas medievais. Destacou-se o trabalho em alguns trajes, algumas personagens, vendas de produtos curiosos (uma só de sabões naturais), os edifícios de imitação de época e, especialmente, um torneio de cavaleiros. Para além do empenho dos colaboradores, o contexto da feira na beleza de Óbidos tornam a coisa mágica. E, mais uma vez, estava cheia de Portugalidade para não abandonarmos o tema do fim-de-semana.

E só agora acabo de me aperceber da coincidência final, que acabou por unir estes dias: The National.

Agora vou-me deitar e talvez começar a ler um livro de autor Sul-Americano para desviar as atenções do país.

P.S.: As fotos não são minhas, "roubei" na net.